terça-feira, 3 de julho de 2007

Lúmen

Comecei a semana pensando numa lista, a dos DVDs mais vendidos em lojas "chiques" de São Paulo, publicada pelo jornal "O Estado de São Paulo", em que aparecem o "O segredo" e "Ivete Sangalo". Sinais de quem são meu povo, minha terra, meu país.

Mas os ventos mudam e, quando se permite, com ele avistam-se novas praias: hoje, com um amigo, no trabalho, participei de uma viagem como há muito não fazia. Partindo de uma notícia de jornal - sobre mais um escândalo - fomos divagando, flanando, à deriva, até que em um certo momento chegamos a um mar de livros francês, "Gallica", em que mil tesouros se escondem.

E, no entanto, era apenas a segunda surpresa do presente: antes, recebi, como dádiva, outra indicação francesa, tão ou mais preciosa que a primeira, mesmo sendo uma simples indicação de um filme, no blog de uma jovem moça, que acho que posso chamar de amiga.

O filme era "Os incompreendidos", de um cineasta francês da "nouvelle vague", François Truffaut. Quando a Rede Manchete de TV estreou, há séculos atrás, ele estava lá, atuando em "Contatos imediatos do terceiro grau". Em madrugadas insones da minha infância, vi "Fahrenheit 451" e "Uma noite americana", mas jamais esperava reencontrá-lo agora, onde o encontrei.

Uma indicação que surgiu numa conversa, um filme num blog, e eu fiquei com a sensação clara de que nunca vi antes
sinais tão claros de que navegar é precioso, e de que viver não é preciso.

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