domingo, 5 de outubro de 2008

La favola de Eros e Psiche


Eu acho que não sei o que é "o amor", e nem sei se posso aprender, mas não me custa ler a respeito: posso não entender nada, mas talvez algo fique na minha cabeça oca. Segundo o Estadão deste domingo (eis-me aqui de novo), saiu agora um livro, "Casadas com o crime", que conta alguns romances:

"Era um sonho. Fui muito feliz. Ele me esperava cheio de amor para dar em todos os domingos de visita."

"Era bom demais. O dia da visita era sagrado."

"Ele me enchia de presentes."

"A gente passava na rua e ouvia 'olha a mulher do fulano'. Você se sentia a malandrona, a poderosa."

Os testemunhos acima são de mulheres de presidiários, alguns da alta cúpula do PCC que, com dinheiro e status, não ficam sozinhos. Mas não precisa ser da cúpula do PCC para ter esse tipo de relação: o maníaco do parque, assassino de sete mulheres, se casou dentro da cadeia. Com Paulo César Farias também não foi diferente:

"Em dezembro de 1995, depois de cumprir dois dos sete anos a que havia sido condenado, foi posto em liberdade condicional. Na cadeia, conhecera Suzana Marcolino, uma moça 24 anos mais nova que ele, dona de um corpo escultural, morena cor de jambo, de lábios carnudos. Certa tarde, ela fora levada até a cela especial no Corpo dos Bombeiros, onde Paulo César Farias cumpria pena, por uma antiga funcionária de uma das muitas empresas de PC.

A partir de então, Suzana passou a levar vida de princesa. Ganhou jóias, roupas caras, carro zero-quilômetro, uma generosa conta bancária e montou uma butique de grife - a Lady Blue - em Maceió. Passou a ser vista com freqüência ao lado do namorado recém-liberto, a bordo de uma luxuosa BMW branca conversível."

Segundo um texto antigo da revista Veja,

"Os psicólogos há décadas estudam o fascínio que os homens maus exercem sobre certas mulheres. Algumas teorias tentam explicar por que isso é tão comum."

Não, não há o que explicar: amor é isso, um sentimento sublime, espiritual, facílimo de se obter quando se tem dinheiro ou fama ou a aura nobre dos príncipes encantados que moram, às vezes, por mero acaso, em celas de presídios...

(imagem: Eros e Psiquê - quer coisa mais romântica?)

2 comentários:

Beatriz Vieira disse...

oi
Não entendi seu comentário sobre o outro lado da fama...
Quanto ao Oswaldo Montenegro ou qq outro artista que eu poste música pouco me importa se gostem ou não dele.. Para mim gostei dessa música que na minha opinião tem uma mensagem para refletir.

Saudações
Beatriz

Dedalus disse...

Cara beatriz, foi só um comentário: às vezes uma coisa que é amada ou odiada por muita gente tem um outro lado, uma outra fama, também. Eu não sabia se você conhecia o outro lado do Oswaldo Montenegro, lado esse que, em geral, é quase de consenso entre os rapazes... Por isso o meu comentário: para lhe dizer algo que talvez você não soubesse.

Um abraço!