sábado, 28 de agosto de 2010

Tinha que ser você


Vi hoje na TV, enquanto cuidava de meus filhos, um filme simples - "bonitinho" acho que é um termo apropriado - que me tocou por uma ou duas razões. Primeiro, eu estou pensando em viajar para Londres; segundo, eu gosto de Emma Thompson...

O filme era "Last Chance Harvey", e nele se conta o início de um romance entre dois "perdidos". Os diálogos entre eles são bem escritos, e neles aparece a seguinte fala, feita pela personagem de Emma Thompson, chorando à beira do Tâmisa:
"I think I'm more comfortable with being disappointed. I think I'm angry at you for trying to take that away."
[Eu acho que me sinto mais confortável estando decepcionada. Acho que estou com raiva de você por tentar tirar isso de mim.]
Concordo: é mais fácil viver não esperando nada dos outros. É mais fácil viver achando que o universo não tem nada de bom a oferecer; é mais seguro. Mas eu não quero viver na zona de segurança para sempre. As pedras é que são confortavelmente estáveis por muito tempo e eu, por outro lado, quero ser nuvem, e cruzar os céus sem rumo, nem que seja por um breve momento...

(imagem: Romeu e Julieta, em pintura do século XIX; contra esse tipo de amor e romantismo, eis outra fala do filme, bem feminina: "I'm not gonna do it, because it'll hurt! Sometime or other there'll be, you know "It's not working." or "I need my space." or whatever it is and it will end and it will hurt, and I won't do it." [Eu não vou entrar nisso, porque vai doer! Uma hora ou outra vai ser, você sabe "Não está funcionando." ou "Eu preciso do meu espaço." ou seja o que for e isso vai acabar e vai doer, e eu não vou entrar nisso.])

domingo, 8 de agosto de 2010

Em terra de cegos


Foi por meio de um site chamado "Trabalho Sujo" que encontrei "A experiência religiosa de Philip K. Dick", escrita por Robert Crumb, onde pude ler, lá na oitava página:
"Não há nada pior no mundo, nenhum castigo maior do que conhecer Deus e deixar de conhecê-lo..."
Tendo a concordar: tendo visto Deus recentemente, morro de medo de perdê-lo de vista. No entanto, também é bastante ruim ouvir todo dia outras pessoas dizendo que o que eu vi - e vejo - é uma ilusão: minha vontade, hoje, é não ouvi-las mais, nem que para isso eu tenha que morrer.

(imagem: "A garota cega", de John Everett Millais, século XIX, lembrando que cegos não podem ver um arco-íris, e eu já vi dois ao mesmo tempo... O título desta postagem vem de um conto magnífico de H. G. Wells.)