quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A glorious dawn



Sem comentários, senão este: a dica foi do Coletivo Ácido Cético. Divirtam-se!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Suicide by star / Surface of the sun



É quase o fim de mais um ano. Mas não importa se é o fim ou o começo, sempre pode-se esperar mais: talvez um novo tipo de matéria, escura, tenha se mostrado levemente nas profundezas de uma mina, e talvez um reflexo do sol tenha revelado um novo lugar para se encontrar vida...

Quanto a mim, eu nunca soube quais das minhas esperanças iriam se concretizar, mas elas continuam aparecendo, dia após dia, ano após ano, na maioria das vezes apenas como possibilidades remotas ou meros devaneios, e sei que elas vêm porque preciso delas - eu, infelizmente, não consigo viver só do pão nosso de cada dia.

Enfim, há sempre um dia após do outro, e cada um com suas novidades: ontem acho que ouvi uma moça cantarolando algo que entendi ela me dizer que era Snow Patrol, e fui tentar saber o que era. Não, não é minha praia, mas vale para mim o que eles dizem: "I don't quite know / How to say / How I feel". De descritível, talvez, só esse meu desejo de muita luz... Com sorte, mergulho no Sol antes que ele se apague.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Creep

Eu sou um homem ridículo e desprezível. Se eu não escrevi isso aqui ainda, pelo menos umas 750 vezes, eu não disse nada sobre mim. Eu sou nojento, repulsivo, com uma alma que é algo como o cruzamento entre uma lesma e um inseto horripilante, de incontáveis e disformes pernas, asas e apêndices, exalando um odor fétido, babando o tempo todo. Não, eu não sou nem bonito nem interessante de se ver.

E, embora eu fique tremendamente deprimido por ser um lixo de pessoa, me assombra muito que eu seja capaz de fazer ciência. Eu escrevo artigos, tenho idéias, faço pesquisa, vou a congressos, oriento alunos. No final, daqui a umas poucas décadas, quando eu estiver morto, enterrado e devidamente esquecido, se o resultado de minha pesquisa científica for útil, ninguém vai ligar para quem eu fui.

Eu sou um pesquisador da área de gravitação e cosmologia. Eu trabalho com a teoria da relatividade geral, procurando por soluções das Equações de Einstein (com maiúsculas mesmo), que descrevem como a matéria pode alterar o espaço e o tempo, numa escala que pode ser local ("gravitação") ou global ("cosmologia"). E para minha pesquisa pouco importa quem foi Einstein, se um santo ou um monstro, se judeu ou nazista.

A ciência é uma criação da mente humana que vai além dos homens, muito, muito além dos indivíduos. E para participar dessa empreitada basta querer. Creiam-me, é uma jornada de certo modo redentora, pois nela mesmo vermes miseráveis, como eu, podem dar alguma contribuição, encontrando assim algum sentido para vidas que de outro modo seriam apenas inúteis e ridículas.

Sim, provavelmente eu não seja digno de ser um homem, mas mesmo assim, sendo um cientista, ainda que pequeno e limitado, eu posso me esforçar para deixar algo de valor para o resto da humanidade: é minha única chance de salvar o pouco de bom que possa existir em mim. Até onde eu sei, nenhuma religião (e eu já conheci várias) abre esse tipo de porta.

(imagem: "Creep" é uma música da banda inglesa Radiohead, com o refrão "But I'm a creep, I'm a weirdo.What the hell am I doing here? I don't belong here" - acho que não há imagem que possa ilustrar isso...)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Oscillate wildly



Palavras? Não tenho. Idéias? Nenhuma que preste. Hoje, simplesmente, não sei se devia estar aqui, se devia existir...