domingo, 21 de setembro de 2008
Ensaio sobre a cegueira
Domingão é dia de almoço na casa dos meus pais. Lá sempre tem o Estadão, que geralmente me diverte muito. Hoje, por exemplo, fiquei sabendo que morre 1,3 motoboy por dia em São Paulo. Ou que 12% dos cremes e condicionadores pós-banho do mundo são vendidos no Brasil. Ou ainda que 98% das mulheres brasileiras usa ou usou recentemente tinturas para o cabelo. Que uma menina de cinco anos, trabalhando como modelo, consegue ganhar até 15 mil reais por mês, e que a mãe de uma dessas misses infantis confessa que a filha não sai de casa sem retocar o gloss. Espantado, eu nem consegui chegar na parte de resenhas literárias, que é o melhor do jornal de domingo...
Durante o almoço, eu fiquei me perguntando: quem precisa tanto de motoboys? Na história de um dos rapazes mortos li que ele largara um emprego fixo por ganhar mais como motoboy. Será que valeu a pena, no final?
Outra pergunta: quem consome tanto creme e tintura? Será que são aquelas mesmas pessoas que não lêem porque o preço dos livros é alto demais? Bem, eu deixei de ser farmacêutico-bioquímico em parte por odiar fabricar e vender cosméticos, que sempre achei em sua imensa maioria, fúteis e desnecessários. Parece que me falta sensibilidade.
E, enfim, o que é gloss?
Comi a sobremesa concluindo que o fútil e desnecessário, no fim, sou eu, com essas perguntas inúteis.
(imagem: um tubo de rímel, que lá fora, em inglês e francês, é conhecido pelo nome - mais apropriado? - de mascara; segundo a wikipedia em português - não achei a definição de gloss lá - esse produto é "utilizado especialmente pelo sexo feminino, tendo como finalidade de valorizar o olhar e também proporcionar um visual sofisticado e requintado".)
Na Sombra da Lua
Me lembrei há pouco da sensação que tive quando, ainda criança, assisti um filme de Chaplin, "Luzes da Cidade", em que o personagem Carlitos arruma dinheiro para a operação de uma moça cega. Depois da operação, já com a visão recuperada, ela não reconhece Carlitos, que fica sozinho. Bem, a sensação foi de uma tristeza imensa, misturada com algo mais que não era tristeza mesmo, era deslumbramento ou algo parecido...
E o que me fez lembrar dessa sensação foi um filme que acabei de ver (há menos de dez minutos): "Na Sombra da Lua", um documentário, que até onde consegui investigar não parece ter passado em circuito comercial no Brasil.
Fantástico é o mínimo que eu posso dizer sobre isso, o filme e sua invisibilidade no Brasil. Há dezenas de discussões na internet sobre o quão bom foi Batman, textos nos jornais sobre se "Linha de Passe" é representativo e sei lá mais o quê, e um filme como esse "Na Sombra da Lua", que devia ser obrigatório ao menos nas escolas, passa quase em silêncio, sem ser notado. Triste país de cegos e pobres.
E o que me fez lembrar dessa sensação foi um filme que acabei de ver (há menos de dez minutos): "Na Sombra da Lua", um documentário, que até onde consegui investigar não parece ter passado em circuito comercial no Brasil.
Fantástico é o mínimo que eu posso dizer sobre isso, o filme e sua invisibilidade no Brasil. Há dezenas de discussões na internet sobre o quão bom foi Batman, textos nos jornais sobre se "Linha de Passe" é representativo e sei lá mais o quê, e um filme como esse "Na Sombra da Lua", que devia ser obrigatório ao menos nas escolas, passa quase em silêncio, sem ser notado. Triste país de cegos e pobres.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Black Crowes
O mesmo tema da postagem anterior: sci-fi e música.
"A charmed life it is
At least they tell yo so
I got a good idea
It aint like they say is so
And if it is then let me go
Let me go."
"A charmed life it is
At least they tell yo so
I got a good idea
It aint like they say is so
And if it is then let me go
Let me go."
Coldplay
Continuando com a sessão musical...
"Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle?
You can't find your missing piece
Tell me how do you feel?
Well I feel like they're talking in a language I don't speak
And they're talking it to me"
"Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle?
You can't find your missing piece
Tell me how do you feel?
Well I feel like they're talking in a language I don't speak
And they're talking it to me"
sábado, 13 de setembro de 2008
Moody Blues
"Beauty I'd always missed
With these eyes before,
Just what the truth is
I can't say anymore."
"Some try to tell me
Thoughts they cannot defend,
Just what you want to be
You will be in the end."
E eu espero que isso diga mais sobre quem eu sou do que eu sei dizer...
With these eyes before,
Just what the truth is
I can't say anymore."
"Some try to tell me
Thoughts they cannot defend,
Just what you want to be
You will be in the end."
E eu espero que isso diga mais sobre quem eu sou do que eu sei dizer...
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Plantas e flores
Eu sei escrever, obviamente. Mas eu sei também ler e falar inglês - e um pouquinho de espanhol e francês. Ainda: sei fazer cálculos complicados, e sei um bocadinho de biologia. Eu já li muita literatura, boa e ruim, e já vi um sem-fim de filmes e seriados da TV. Eu tenho diplomas. E um emprego. E uma casa. E um blog.
Mas nada disso é nada: eu queria um poema, que eu sei qual é, ou como seria, mas que não consigo escrever. É isso mesmo: apesar do que eu sei, eu não sei escrever um poema. Não qualquer um, mas o 'meu' poema, que fale o que eu sinto agora - e sempre.
Eu não presto. Pelo menos não para a poesia. E, no entanto, eu sinto!... Está aqui, não ao meu redor, mas em mim, toda a poesia do mundo, a sorrir dentro dos meus olhos, caçoando de mim como só uma criança alegre pode, como uma planta comum, cujas flores aparentemente ordinárias são tão complexas - e lindas - quanto a mais formosa das rosas.
(imagem: um poema modelo, simples, de umas poucas letras...)
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