Em Campinas, participei de um encontro latino-americano de biomatemática, muito interessante, e que teve como atividade social de encerramento um encontro num bar de Barão Geraldo.
Meus companheiros conversavam sei lá sobre o quê. A banda do bar tocava algo de rock brasileiro dos anos 80 ou 90. Moças buscavam rapazes que buscavam moças. Uns bebiam, outros falavam em português, outros em espanhol. Um bebê nos acompanhava, estranhamente tranqüilo.
Chovia muito, e eu fiquei, de meu lugar na ponta da mesa, ao lado da porta, vendo, na noite, a chuva cair sobre pequenas luminárias de jardim, postas no chão, na entrada do bar. A chuva, ao encontrar as lâmpadas, formava pequenas nuvens, que faziam perceber imediatamente o calor das lâmpadas.
E assim me percebi, sem novidade alguma, inútil, na noite chuvosa dos tempos presentes.
Um casal hispano-falante me disse que falo bem o espanhol. No momento, só pude agradecer o elogio, mas eu sei que não é verdade: não falo bem a língua dos homens, e o silêncio que cerca esse blog é mais um sinal concreto disso.
Enfim, eu estou preso, a mim mesmo, por ordens do destino:
"Arrest this man,
he talks in maths,
he buzzes like a fridge,
he's like a detuned radio."
(Prendam esse homem,
ele fala em matemática,
ele zune como uma geladeira,
ele é como um rádio fora de sintonia.)
(imagem: o prédio do IMECC, da Unicamp, visto por dentro em toda a sua glória concreta, e que, para mim, se parece com uma prisão, embora seja bastante agradável)
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