Ontem estive num show de música. Acho que de duas uma: ou estou voltando a viver, ou voltando a perder tempo. Ainda não sei dizer ao certo o que está acontecendo.
De qualquer modo, era uma apresentação de conjuntos musicais de alunos de uma universidade pública. Seis horas e mais ou menos dez grupos depois eu fiquei com uma impressão vaga de que havia algo estranho. A Folha de São Paulo de hoje (na versão impressa) só me confirmou esse estranhamento: numa pesquisa o Datafolha constatou que "Sertanejo e MPB são estilos musicais mais ouvidos"; no entanto no show que assisti não havia nada disso.
Vamos lá: vi um grupo de punk-rock, um de classic rock ("The Blenders"), um de pop-rock ("Entropia"), um de punk-punk-mesmo ("Diarréia Brutal"), um de reggae ("Andame", sem um único componente negro ou sequer moreninho), um de roquinho brasileiro à la CPM22, um de roquinho de meninas ("Pandora", grupo feminino que eu fiquei sem saber se cantava em português, inglês ou russo), um de rock alternativo com toques de folk e MPB ("Comala"?) e outros poucos que não me lembro.
Bem, o que isso parece querer dizer? Eu arrisco que a mensagem é que numa universidade pública o povo, essa entidade abstrata e indefinida, não está. Ou seja, novidade nenhuma.
Quanto aos garotos que vi tocar, tocaram bem, em geral, como seria de se esperar de crianças saudáveis e bem criadas, imitando modelos direitinho. Tal como aquelas crianças que aparecem no programa "Raul Gil"...
Enfim, nada de novo no front, mas pelo menos serviu para me despertar a vontade de ver um documentário sobre o "Joy Division" (que nenhum dos grupos apresentou em seu repertório).
(imagem: foto de trincheiras na 1a. Guerra Mundial que, segundo a wikipedia, tem forte relação com as descrições do livro ''Nada de Novo no Front'')
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