domingo, 20 de setembro de 2009

Desvendando o arco-íris



Na estrada, em direção a mais um congresso, paro para entender os dois arcos coloridos que emolduram o meu caminho: nunca vi nada igual. O que isso pode significar? Será que o universo está querendo me dizer algo?

Dias antes, minha filha, de sete anos, sentada no banco de trás do carro, tinha me perguntado quantas cores há no arco-íris. Quantas? Sete é a resposta padrão, mas eu sei que é só uma resposta padrão: há entre o azul e o vermelho muito mais do que sete passos...

Enfim, o que haverá no final dessa estrada de asfalto com linhas amarelas? Há um tesouro no fim do arco-íris? Tudo bem, eu não queria encontrar mesmo um tesouro, mas sim uma ponte para uma outra realidade e, no entanto, sei que não é nada disso. O que eu vou encontrar é outro dia e outra estrada e outros dias chuvosos se misturando com dias ensolarados.

Não há mágica no universo. O que há é beleza, e eu posso parar para admirá-la e, talvez, indicá-la a outros. Hoje, isso é mais fácil, já que inventaram celulares com câmera, computadores e a internet, e eu posso rapidamente contar a todos o que aprendi: o que me trouxe aqui, o que nos trouxe aqui, não foi nenhum milagre - foi o trabalho de homens e mulheres, como eu e você.

Quantas cores há no arco-íris, minha filha? A lenda diz que são sete, mas eu sei que são mais, muito mais: a realidade é muito mais sofisticada que as lendas. Basta estudar para aprender a ver mais. E eu vou a mais um congresso, para ver se aprendo algo mais sobre pontes para outras visões da realidade.

(imagem: foto vagabunda que tirei com meu celular, perto de Guararema)

2 comentários:

Rafael Reinehr disse...

Como dizem: existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Ou algo assim.

Sobre cores, me lembrei de todos os verdes, azuis, amarelo-alaranjados, vermelhos que existem no meu estojo de 36 cores da faber castell: http://reinehr.org/images/stories/fotografia/fotos_de_quinta/2009/lapis-de-cor-apontados.jpg

Como sempre, poéticos seus textos. Obrigado.

Dedalus disse...

Caro Rafael,

Quer mais poesia do que lembrar de um punhado de lápis de cores? Obrigado pelo comentário e pelas fotos!

Um abraço!