Ah, se pelo menos essa água toda levasse, na sua sujidão, meus pecados - mas, não, não adianta: já fui batizado, mais de uma vez, na última submergido de corpo inteiro, e nem assim voltei a ser puro como meu filho. Não adianta mesmo - se uma vez o rio sai do leito, outras vezes ele o fará.
Ou, como diz João Cabral de Melo Neto, em seu poema "O rio", que inicia o livro "Morte e vida severina",
"Sempre pensara em ir(imagem: cartão postal com outra ironia, publicada hoje, domingo, pela Folha de São Paulo - esse é o Rio Tietê, com barquinhos (a foto é de 1905, e a imagem acima é da wikipedia))
caminho do mar.
Para os bichos e rios
nascer já é caminhar."
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