sábado, 16 de fevereiro de 2008

Senilidade

Eu vivo cercado por livros, que emprestei de alguma biblioteca ou comprei, novos ou em sebos, sozinhos ou em coleções, nacionais ou importados.

As coleções são interessantes por me permitirem encontrar escritores que eu provavelmente não buscaria. Por exemplo, numa coleção de clássicos da literatura moderna, que o jornal que assino me vendeu, há o livro "A Consciência de Zeno", de Italo Svevo, autor de que tenho outro livro comprado em outra coleção, "Senilidade".

Quinze anos separam as duas aquisições. Quando comprei "Senilidade" eu era um adolescente com pouco dinheiro: os livros da coleção eram de papel jornal barato e eu os procurava nas bancas de jornais. Já a coleção mais nova tem capa dura, papel branco, me veio em caixas pelo correio, e alguns livros ainda estão lacrados.

Sobre "Senilidade" encontrei o seguinte comentário, num site português:
"(...) foi o segundo romance de Italo Svevo, que o publicou em Itália, em 1898, pagando a edição do seu bolso. O livro teve a pior recepção que pode acontecer a um romance: uma completa indiferença da crítica e uma total ignorância por parte do público."

O que leria o público daquela época? Quais seriam os best-sellers do momento? Não consigo descobrir.

É, não deixa de ser curioso que, hoje, o livro ignorado de ontem me encare de uma estante, na minha casa, enquanto o que todos liam praticamente não tenha deixado registro.

(imagem: livros senis, na wikipedia)

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