quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A capital da solidão



Só vou copiar um trecho de um texto publicado na Folha de São Paulo, em que uma pesquisadora (Argelina Figueiredo, do Cebrap) comenta o resultado do primeiro turno das eleições para prefeito em São Paulo:

""Esse elemento [afastamento de PT e PSDB no plano nacional], junto com o provincianismo conservador da cidade, explica o resultado polarizado da votação." Ela [a pesquisadora] acredita que não exista na cidade um "antimartismo" puro e simples, mas sim uma tradição antitrabalhista enraizada na história. "São Paulo foi antigetulista, agora é antipetista (...)""

São Paulo, provinciana e conservadora? Não posso aceitar tamanho disparate! São Paulo antitrabalhista? Mas não é a capital do trabalho no Brasil? Só lembrando (com ajuda da wikipedia): só depois de 1930 começou de fato a industrialização do Brasil, com Getúlio Vargas, que "operou uma mudança decisiva no plano da política interna, afastando do poder do estado oligarquias tradicionais que representavam os interesses agrários-comerciais." Que oligarquias eram essas? República Café com Leite, quando "revezavam-se no poder representantes do Partido Republicano Paulista, PRP, e do Partido Republicano Mineiro (PRM), que controlavam as eleições e gozavam do apoio da elite agrária de outros estados do Brasil", época em que "instalou-se o poder dos governadores dos estados" e quando "o voto não era secreto o que tornava o voto a cabresto uma pratica comum". Sinceramente, acho que os paulistas têm saudade disso.

(imagens: o estádio do Pacaembu e um outro lugar - concordo que é sacanagem fazer tal comparação, mas eu não pude resistir...)

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