quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Um dia, um gato


Eu escrevo "gato", alguém lê "sozinho". Isso é poesia, feita pelo leitor, que consegue encontrar num texto o que não estava lá.

Mas vá lá, eu entendo: gato é um bicho maravilhosamente independente, e que, por isso, cheira à solidão. Cachorros, por outro lado, lembram matilhas e famílias. Só que eu quando lembro de gatos, não penso em nada além de beleza: "Gato é a inspiração divina no seu melhor momento."

Por isso mesmo, às vezes perco um bocado de tempo buscando e vendo moças com face, postura e andar felino...

(imagem: estátua de uma deusa egípcia, Bastet)

4 comentários:

Ana Paula disse...

Talvez o leitor seja capaz de enxergar o que realmente as palavras pretendiam dizer...Os sentidos estavam lá, contidos, o leitor diverte-se em experimentá-los...
Eu já tive cachorros solitários, que preferiam a solidão do quintal...
Não sei se exatamente qual a relação entre independência e solidão...mas me parece que tornar-se independente nos deixa mais a vontade com os rituais próprios da solidão...

Dedalus disse...

Cara ana paula,

Sou professor, e muitas vezes aprendo muito com os alunos, que me mostram o que eu não estava vendo. Quanto a experimentar sentidos eu, pessoalmente, prefiro algo mais sinestético. Não me parece haver relação direta entre independência e solidão, mas sim entre não-independência e não-solidão: quem não consegue ser independente naturalmente vai querer quem o ajude. Ser independente, de qualquer modo, é mais difícil: é só ver como os seres humanos são na adolescência...

Um abraço!

Chaves disse...

Um dia, um gato? É um filme muito lindinho... saudades.

Dedalus disse...

Cara camomila,

Estou realmente impressionado: acho que vc é a segunda pessoa que me diz que conhece "Um dia, um gato" - a outra é um amigo meu que é tcheco... Eu mesmo nem me lembro mais onde ou quando assisti (o que significa que estou ficando velho).

Um abraço!