sábado, 22 de dezembro de 2007

O mundo como vontade e representação


Ontem, após o almoço, incomodado por um fiapo de carne, fui procurar um palito de dentes, e encontrei apenas uma caixa vazia. Assim, fiz uma anotação mental para me lembrar de ir ao supermercado comprar outra caixa.

No final do dia, lembrei da necessidade de ir ao supermercado e fui. Lá, logo na entrada, havia duas grandes bancas de CDs e DVDs em promoção. Mergulhei por uma boa meia hora na confusão de títulos e acabei comprando um filme antigo, Quadrophenia, com o cantor Sting ainda jovem.

Passei por um sem fim de corredores e gôndolas e, em cada lugar, encontrei alguma coisa útil ou interessante. Comprei uma caixa de leite, um livro infantil, uma camiseta, uma garrafa de vinho francês (de 250 ml - pena que não fabriquem garrafas como essa, individuais, aqui no Brasil: em casa só eu bebo vinho) , xampú, uma pizza, cereais, e mais um mundo de pequenas coisas cotidianas. Nisso gastei uma ou duas horas.

Então já era noite, e eu fui jantar em casa, depois de guardar as compras. Depois do jantar, incomodado com um pedacinho de pizza entre os dentes, fui pegar um palito - e só aí descobri que eu esqueci de comprar a caixa de palitos.

Quando eu comecei a escever esse blog eu tinha um objetivo: escrevi e escrevi, só para perceber que o que eu queria dizer, lá atrás, ainda não está escrito. E tudo isso é só uma metáfora da minha vida: o que eu buscava ainda não encontrei, por me perder entre atividades e pessoas que não têm nada a ver com o que eu queria fazer de mim... Estou - acho que estamos todos - bebendo a cada dia as águas servidas por Maya.

(imagem: túmulo de Arthur Schopenhauer, autor do livro que dá título a esta postagem)

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