O horizonte está logo ali; no entanto, mesmo navegando sempre em frente, nunca o alcanço...
O céu, à noite, parece um pomar de estrelas: sinto que é só erguer a mão para alcançá-las; e, contudo, por mais alto que eu vá, não fico um centímetro mais perto...
Dia após dia, continuo aqui, com um oceano ao meu redor e, ao mesmo tempo, sem poder saciar minha sede. Só quando chove, e eu abro a boca para receber algumas gotas, é que me lembro de que nem toda água é salgada...
E como consolo, no meio do silêncio, vem à superfície da minha mente, algumas vezes, a letra de algumas músicas:
"Is this the real life?
Is this just fantasy?
Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see
Im just a poor boy, I need no sympathy
Because I'm easy come, easy go,
A little high, a little low,
Anyway the wind blows, doesn't really matter to me,
To me"
Ao longe, vejo clarões e estrondos: será um Ano Novo sendo celebrado em algum canto ou apenas mais uma tempestade? Não faz a menor diferença. Certamente outros tempos virão, em breve, mas não creio que os ventos mudem - e mesmo que mudem, não servirão para mim: estou longe demais da terra...
(imagem: mensagem de Ano Novo, entalhada em madeira, do século XV)
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