domingo, 19 de agosto de 2007

O macaco nu

Imagine que uma raça de extraterrestres inteligentes, com tecnologia muito mais sofisticada que a nossa atual, de alguma forma nos descubra, e que eles queiram investigar quem nós somos, antes de entrar em contato direto conosco.

Uma das possibilidades seria acompanhar, à distância, nossa transmissões de rádio e TV, que acabam escapando para o espaço. Outra possibilidade, muito mais complicada, seria 'infiltrar' alguém na Terra para investigar nossa cultura. Na verdade um alienígena disfarçado teria problemas para estudar a humanidade. Afinal, o que é melhor usar como fonte de pesquisa para se saber o que é típico da humanidade? Uma enciclopédia? Uma biblioteca? As centenas de canais de uma TV a cabo? A internet? A blogosfera?

Eu faço e acompanho pesquisas científicas, leio jornais, revistas e livros, assisto TV, ouço músicas e vasculho a internet e, somando tudo isso, a imagem que eu tenho dos seres humanos não é bela. Mas eu não saberia o que indicar a alguém que quisesse conhecer a cultura do bicho-homem.

Hoje, li no jornal "Estado de São Paulo" que somos um misto de duas espécies diferentes de símios, bonobos e chimpanzés: "chimpanzés fazem guerra; bonobos fazem sexo". E nós preferimos os dois, sexo e violência: "humanos têm um pouco dos dois - as tendências territoriais e agressivas dos chimpanzés, que muitas vezes são úteis para nossa proteção, e também uma ótima habilidade de resolver conflitos e cooperar com os outros." Fazer sexo é cooperar? Nunca pensei nisso.

Não há mesmo muita diferença entre nós e os macacos. Era isso mesmo que, na década de setenta, dizia a série de filmes "O planeta dos macacos". Somos apenas um pouco mais espertos - ou menos, dependendo de como você observa. Mas eu sonhava que podia ser mais que isso.
No entanto, para o meu desencanto, também eu gosto de ver imagens de fêmeas jovens nuas, também eu gosto de ver belas cenas de destruição, como as de "Zabriskie Point".




As estrelas nunca me pareceram tão distantes.



(imagem: placa enviada junto com a sonda Pioneer 10, objeto humano que mais longe viajou até hoje)

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