segunda-feira, 26 de julho de 2010
Poema de sete faces
Meu amor é uma taça de cristal, fina e delicada, que vibra e canta quando tocada com a ponta dos dedos.
Meu amor é uma fruta doce, macia e saborosa, que se deixa cortar com uma faca quase sem fio.
Meu amor é uma teia, feita de mil fios que aprisionam delicadamente as gotas de chuva.
Meu amor é um nada, que substitui com seu calor o nada dos espaços frios que o universo me apresenta.
Meu amor tem sete letras e nome, cor, sabor, textura e cheiro que são só dele.
Meu amor é um unicórnio branco de olhos verdes e crina negra, caminhando num jardim florido.
Meu amor não cabe em lugar algum, e enche os meus olhos e minha alma, até que eu transbordo, e descanso, repleto de lágrimas e letras.
(imagem: um universo preenchido por heptágonos - segundo a wikipedia, "o heptágono regular é o menor polígono regular que não pode ser construído com régua e compasso"; o título desta postagem vem de um poema de Carlos Drummond de Andrade)
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