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Depois do jogo, fomos a uma cantina italiana no Bexiga. A moça com quem eu saia então ficou comigo naquela noite, como 'presente'. Moramos juntos algum tempo, como amigos, na Bela Vista. Pouco tempo depois, ela se arrependeu de ter permitido a minha presença na vida dela.
Eu fiquei muito arrasado: eu era jovem e amava. Fiquei deprimido por vários dias, e fui aprendendo a não amar. Quem me salvou? Lembro-me como se tivesse acontecido ontem: na primeira vez em que saí de casa, fui a uma livraria e comprei um livro: "O eu profundo e os outros eus". Foi como reencontrar o meu coração.
Por isso decidi escrever, esta história e outras, não para provar que sou sublime, mas para talvez buscar o que eu vi de sublime: minhas palavras são isto, esta busca sem fim, em minha memória e em arranjos de frases, de uma beleza que eu tive em minhas mãos algumas vezes, e que, nos meus raros momentos de lucidez, lembro que existe, apesar de tudo.
Não sei onde anda a moça da Bela Vista: mas sei do eu que viveu lá, capaz de se apaixonar - continuo aqui.
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