domingo, 7 de outubro de 2007

A algaravia


Minha semana foi longa e ainda não acabou, mas outra deve começar: estou ainda à espera dela.

Eu ia a Cuiabá pela manhã, mas por conta de uma prova de atletismo não divulgada em lugar algum, a Avenida Aricanduva foi fechada, e eu cheguei atrasado no aeroporto, perdi o vôo. E, assim, o domingo se arrasta em direção ao meu novo horário - 00:15.

Tive mil reuniões nestes últimos dias. Ouvi muitas reclamações, justas e injustas, com pedidos dignos da Rainha de Copas - cortem as cabeças! - e de tudo só me restou, como um rótulo na memória, uma palavra: algaravia. Na reunião final, na sexta-feira, ninguém perdeu a cabeça, especialmente os reis e rainhas que lá estavam.

Muitos de meus contemporâneos são como crianças ou velhos mimados ou deslumbrados; é provável que eu também. Mas eu, ao menos, tento disfarçar minha idade. Acho que é por isso que vivo quase sempre só, como um exilado, que fala uma língua que não é a sua, e nem a dos que o rodeiam...

(imagem: selo britânico de 1952, em homenagem à Rainha)

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