terça-feira, 23 de outubro de 2007

Angústia


Toda manhã, logo que acordo, vou tomar um banho e lá repasso mentalmente quais são as tarefas imediatas do dia. Hoje, no banho, me peguei pensando que tinha que ler um texto de ecologia sobre a estrutura de populações. Como o pensamento não é uma coisa linear, acabei me pegando pensando sobre onde eu vivo: embora a população humana na Terra seja de cerca de 6 bilhões de pessoas, o mundo real para mim consiste de menos de 10 pessoas - eu, minha esposa, meus dois filhos, meus pais e um ou dois amigos do trabalho.

E o resto das pessoas? Não são reais, não estão ao meu alcance: são como sombras por entre as quais eu me movo, um pano de fundo com o qual não posso interagir, são nada, não são.

Foi só depois que eu li (em A Economia da Natureza, de Robert E. Ricklefs, 5a. edição, editora Guanabara-Koogan, página 246):

"Uma medida conveniente de movimento numa população é a distância de dispersão média de vida, que indica quão longe um indivíduo vai desde o seu local de nascimento até onde ele se estabelece para amadurecer e se reproduzir. Um círculo com um raio igual a distância de dispersão de vida é a área de dispersão de vida. Tal círculo engloba todos os outros indivíduos na população com os quais um indivíduo poderia potencialmente interagir, ou se acasalar, no seu tempo de vida. O número desses indivíduos define o tamanho de vizinhança de uma população."

Qual será o meu tamanho de vizinhança?


(imagem: "a large hamster cage")

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