domingo, 28 de março de 2010

As horas


Hoje, como parece que faço todos os domingos desde o início dos tempos, fui à casa de meus pais almoçar. O cardápio era macarrão e frango. Cumpri minha obrigação social e voltei para casa, para continuar mais um dia formado por mais um amontoado de horas que empurro com a barriga. Sozinho, dormi.

Ao acordar com os fogos de artifício da vizinhança corintiana, fui zapear na TV, onde fui atraído pelo filme "As horas", que eu não conhecia. A musicalidade e, especialmente, a feminilidade dele me surpreenderam.

Foi assim que vim para a internet, para pesquisar mais sobre ele, e descobri duas coisas. Primeiro, não reconheci mesmo Nicole Kidman. Segundo, fiquei sabendo só agora que, em 28 de março de 1941, quase 70 anos atrás, a escritora Virginia Woolf se suicidou. Eu conhecia a história, só não sabia da data, pois além do nome Stephen Dedalus, que empresto de James Joyce, eu também assino outros textos com um nome de um personagem de Virginia Woolf (e já escrevi sobre ela aqui).

Enfim, a cena final do filme, com Nicole Kidman/Virginia Woolf sendo cercada pelo rio, quase me fez chorar. Quase, pois machões não choram, e eu tenho ainda uma festa de aniversário infantil para ir. Outro dia, talvez, eu possa apreciar melhor esse desfecho.

(imagem: o alegre quadro "As horas", de Francesco Bartolozzi, do final do século XVIII)

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