Comentário que postei num blog que frequento:
"Quando eu era criança, me apresentaram a Papai Noel. Segundo ele, existiria algo chamado “luta de classes”, que seria algo mais ou menos assim: a classe que está no poder hoje não iria querer largar o osso, e portanto iria fazer de tudo para impedir quem está por baixo de subir.(imagem: Thomas Hobbes, filósofo inglês que, segundo a wikipedia, nasceu em 5 de abril de 1588; na época dele Papai Noel não havia sido inventado ainda - parece, que segundo Hobbes, "monarchy is the best", e eu acho que tem muita gente hoje que pensa o mesmo, suspirando pelo retorno dos tempos em que a nobreza era respeitada e a ralé - que hoje faz greves! - ficava quieta)
Pois bem, eu cresci e descobri que a imprensa - ou algo mais vago chamado mídia - é feita com dinheiro (imprimir e distribuir um jornal por um país do tamanho do Brasil, por exemplo, custa muito e, é claro, é mais fácil atrair anunciantes endinheirados se afinando ideologicamente com eles), e como o dinheiro, em geral, está ligado ao poder, a imprensa também está ligada ao poder (pelo menos aqui). Assim, eu aprendi também que imprensa imparcial é outra estória para crianças, mas que é divulgada aos quatro cantos como verdade."
7 comentários:
Caro Dedalus,
Costumo ler uma revista que é exemplo de jornalismo imparcial e isento: a Veja. Vc viu o último artigo sobre as universidades federais, publicado na edição mais recente dessa maravilha? Se puder, dê uma olhada. Agora me dê licença que vou lá atrás alimentar o saci-pererê que mora no meu quintal, vizinho do curupira muito espertinho que rouba minhas frutas-pão...
Abraço
Caro Charles,
A Veja não é uma mera revista, pois está mais para um instrumento de propaganda, conseguindo ser mais parcial que o Estadão e a Folha juntos. Infelizmente, a maioria dos que a lêem não consegue perceber isso... Lembra que o jornal francês "Le Monde" fez uma reportagem sobre a expansão do ensino público universitário brasileiro? Basta comparar aquela reportagem (http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/10/14/universidadeab/) com a da Veja para ver algumas diferenças entre o jornalismo francês e o brasileiro. Ah! Vale a pena também ver a entrevista como Júlio Facó, divulgada pela UFABC (http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3124&Itemid=183): o repórter já veio com uma agenda...
Oi Dedalus,
A barba de Marx realmente lembra a de Papai Noel...
Já com relação à luta de classes, que em Pierre Bourdieau toma a forma de violência simbólica (ver: O Poder Simbólico), parece-me algo bem plausível. O puxa-saco do Hobbes pelo menos teve a coragem de dizer o porque da necessidade do Estado.
KNX
Caro KNX,
Já existiam puxa-sacos no século XVI? Quanto à luta de classes é, a meu ver, apenas uma versão social da competição intra-específica, que existe em toda espécie... Genes atropelando genes, usando para isso neurônios e instituições: eis a essência da tragédia humana.
Um abraço!
Foi um dos seus comentários mais divertidos mesmo. Mto bem republicado.
Caro Ulisses,
Não sei dizer se minha intenção era ser divertido ou não, e se o texto merecia republicação. Mas foi um jeito que eu achei de citar o seu blog, sem fazer isso como uma propaganda explícita...
Um abraço!
:-) Fico contente que você aprecie o trabalho. Grande abraço, querido.
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